Blog do InfoAmazonia

Arquivo : junho 2015

Gestão territorial na Panamazônia: processos em direção à sustentabilidade
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Giovanny Vera

Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, foi a sede do Encontro Internacional “Rumo a uma Gestão Territorial Sustentável: Conceitos, Experiências e Visões da Panamazônia”, com a participação de mais de 100 líderes da Panamazônia, nos dias 16, 17 e 18 deste mês.

Encontro reuniu organizações pela sustentabilidade da Panamazônia e Chaco (Foto: Giovanny Vera)

Encontro reuniu organizações pela sustentabilidade da Panamazônia e Chaco (Foto: Giovanny Vera)

O evento se converteu em um espaço de diálogo e intercâmbio de experiências entre os assistentes, promovendo novas articulações para o desenvolvimento sustentável na região. De acordo com uma nota dos organizadores, um dos objetivos foi contribuir na construção de visões de futuro para a gestão territorial na Panamazônia, e o fomento de coordenação e interação entre as partes interessadas desde diferentes áreas e biomas.

Desta forma, participaram mais de 100 representantes de governos locais e regionais da Panamazônia e Chaco, da sociedade civil, empresas e universidades, associações, grupos indígenas e organizações. Os presentes apresentaram suas experiências no processo de gestão territorial desde suas próprias visões e formas, comentou Karina Pinasco, da organização Amazônicos pela Amazônia (AMPA) do Peru, que promoveu o encontro.

Segundo ela, nas experiências mostradas durante o evento, buscou-se “trabalhar na gestão de nosso território de maneira sustentável (…) e mostrar que não são experiências isoladas, e sim intimamente articuladas”, promovendo o planejamento ordenado de cada região com objetivos sustentáveis frente às ameaças.

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Unidades de Conservação mais desmatadas são vizinhas das grandes obras
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InfoAmazonia

Texto originalmente publicado no site ((o))eco

Foto: Imazon

Foto: Imazon

Embora essenciais na luta contra o avanço do desmatamento, 10% do total de florestas derrubadas entre agosto de 2012 e julho de 2014 ocorreu dentro de Unidades de Conservação. Nesse período, foram destruídos 1,5 milhões de hectares na Amazônia, quase 10 vezes o tamanho da cidade de São Paulo.

De acordo com estudo do Imazon divulgado esta semana, apenas nas áreas localizadas dentro das Unidades de Conservação foram desmatados 158,4 mil hectares. Isto corresponde a um terreno um pouco maior que a cidade de São Paulo, que tem 152,1 mil hectares. No total, 160 UCs foram afetadas. O estudo focou em 50 dessas unidades, consideradas críticas justamente por concentrarem 96% da perda florestal ocorrida no período.

Os motivos que levam as unidades a serem alvo fácil de desmatadores são conhecidos: falhas na implementação das áreas somadas com aumento da pressão externa sobre essas unidades. Ser vizinha de grandes obras de infraestrutura, como hidrelétricas e rodovias, facilita o acesso e aumenta o interesse de grileiros, madeireiros e outros grupos interessados em invadir áreas protegidas, principalmente se a vigilância for quase nula.

Não tirar unidades de conservação do papel custa caro para o meio ambiente. É nas áreas sem plano de manejo, sem conselho gestor, sem dinheiro e sem servidores que ocorreram a maior parte (81%) da destruição das UCs críticas.

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Tags : imazon


46% de área madeireira no Mato Grosso é ilegal, diz novo estudo
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Gustavo Faleiros

Mesmo representando um dos setores mais importantes da economia local, a exploração de madeira no Mato Grosso ainda permanece com alto índice de ilegalidade. Uma análise do Instituto Centro de Vida revelou que 46% de toda área destinada para a retirada de toras nativas em 2012/2013 foi explorada sem autorização.

Dos 303,5 mil hectares identificados como áreas madeireiras, 139,8 mil hectares foram utilizadas de forma ilegal. Em relação ao período anterior, isso representa um aumento de 31% no total de território utilizado de forma ilícita. No entanto, o crescimento na atividade legalizada também foi significativo – 80%, chegando 163,7 mil hectares.O balanço entre produção legal e ilegal permanece imutável ao longo dos anos, como mostra o gráfico abaixo; desde o início da série histórica quase 50% das áreas exploradas são irregulares.

O que causa preocupação na análise mais recente é o significativo aumento da ilegalidade dentro de áreas protegidas, em especial nas Terras Indígenas. Neste caso, houve um salto 1194%, com destaque para os territórios Aripuana e Zoró no noroeste do Estado. “Isso indica uma falha no cumprimento das regras e na fiscalização”, apontou diretora adjunta do ICV, Alice Thuault.

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Contagem de 2015 já tem 90% do desmatamento de 2014 na Amazônia
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InfoAmazonia

por Stefano Wrobleski

A depender dos dados divulgados na última quinta-feira (28) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o ano-calendário de medição do desmatamento da Amazônia Legal de 2015 deve bater 2014 em áreas devastadas da floresta. Este ano – que teve início em agosto de 2014 e vai até julho de 2015 – já conta com 2765 km² em áreas apontadas pelos alertas de desmatamento do Deter, o Sistema de Detecção em Tempo Real de Alteração na Cobertura Florestal do Inpe. O número representa 90% dos 3036 km² de alertas verificados entre agosto de 2013 e julho de 2014.

Com a entressafra da soja se aproximando e a chegada do inverno (um período com baixa intensidade de chuvas) na maior parte da Amazônia Legal, a tendência é que os dados consolidados para 2015 mostrem um aumento do desmatamento em relação ao ano anterior, já que os meses de maio a julho costumam ser um período crítico para o corte raso. Para se ter uma ideia, metade da área de 3036 km² em alertas de desmatamento verificada pelo Deter entre agosto de 2013 e julho de 2014 ocorreu no período de maio a julho.

Os dados do Deter, no entanto, devem ser vistos como tendência, já que só detectam supressões de floresta em áreas com mais de 25 hectares (ou 0,25km²) e são limitados pela cobertura de nuvens, que dificultam a observação. Em março deste ano, por exemplo, 70% da Amazônia estava coberta quando o satélite do sistema sobrevoou sobre o bioma. Por conta destas limitações, desde 2005, foram duas as ocasiões em que os números de alertas do Deter subiram enquanto a taxa do Prodes – um balanço de desmatamento mais preciso que é publicado anualmente – sofreu redução em relação ao ano anterior.

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