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Fumaça das queimadas de outubro em Manaus foi vista do espaço
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Por Daniel Santini

A combinação de calor, tempo seco e novas queimadas na região do entorno de Manaus fez com que o município ficasse rodeado por nuvens de fumaça durante outubro. Por conta da poluição, doze municípios da região tiveram decretada situação de emergência. Imagens do sistema Landsat, da Nasa, permitem visualizar como o horizonte ficou cinza nos últimos dias do mês, no auge da estação mais quente da região norte do Brasil.

Na imagem de satélite de 31 de outubro dá para ver nuvem de fumaça perto da cidade

Na imagem de satélite de 31 de outubro dá para ver nuvem de fumaça perto da cidade. Foto: Landsat/Nasa

Registro feito pelo sistema em 31 de outubro permite visualizar uma mancha de poluição perto da cidade. Vale acessar o sistema e afastar o zoom para ter uma dimensão melhor do tamanho da nuvem cinza clara que cobre área vizinha à da cidade. “Dá para notar que a fumaça é em um nível mais baixo, não tão bem definida como as nuvens”, aponta Oton Barros, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Integrante do núcleo de Resposta Rápida da Coordenação de Observação da Terra, do INPE, ele monitora as imagens.

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A ciência engajada na preservação da Amazônia
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Texto originalmente publicado por Vandré Fonseca no OEco

Floresta Estadual de Trombetas faz parte da Calha Norte Paraense. A criação do mosaico de Unidades de Conservação, Quilombos e Terras Indígenas com cerca de 12 milhões de hectares contou com estudos do Imazon. O instituto continua a atuar na região. Foto: David Alves/Arquivo Agência Pará.

Floresta Estadual de Trombetas faz parte da Calha Norte Paraense. A criação do mosaico de Unidades de Conservação, Quilombos e Terras Indígenas com cerca de 12 milhões de hectares contou com estudos do Imazon. O instituto continua a atuar na região. Foto: David Alves/Arquivo Agência Pará.

Manaus, AM — Julho é aniversário do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), uma organização não governamental criada em 1990 para fazer pesquisas que ajudem a proteger a floresta e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nela. São vinte e cinco anos, desde os primeiros estudos sobre o manejo florestal de baixo impacto, às contribuições que ajudaram na criação de mais de 20 milhões de hectares de Unidades de Conservação na Amazônia, até a criação de um sistema próprio que monitora o desmatamento na Amazônia.

As conversas e preparativos para a fundação do Imazon começaram em 1988. Era uma época de grande pressão ambiental e social sobre a região, com desmatamento acelerado e poucos estudos sobre as transformações da paisagem. Nesse ambiente de crise, o ecólogo americano Christopher Uhl, então pesquisador visitante da Embrapa, viu uma oportunidade de servir à Amazônia.

A criação contou com a parceria de Adalberto Veríssimo e Paulo Barreto, hoje pesquisadores seniores do Imazon, e David McGrath, que se tornou professor na Universidade Federal do Pará (UFPA) e pesquisador Associado do Instituto de Pesquisas da Amazônia (IPAM). Ao longo de duas décadas e meia, segundo o site do instituto, o Imazon publicou 642 trabalhos técnicos, dos quais 193 conquistaram páginas de revistas científicas internacionais. Foram publicados também 71 livros e 26 livretos.

A produtividade e repercussão dos trabalhos do Imazon levaram o instituto a figurar este ano, pela primeira vez, no ranking dos 100 melhores centros de estudos estratégicos independentes sobre economia e política de Mudanças Climáticas do mundo, preparada pelo International Center for Climate Governance (ICCG). O instituto figura na 66a posição na análise per-capita, ou seja, que leva em consideração o número de pesquisadores, e 53a na absoluta.

“Nosso esforço é fazer o homem ver que a floresta traz benefícios com os serviços ecossistêmicos e que, se explorada de forma adequada, ela pode contribuir para ganhos econômicos”, afirma a bióloga Andréia Pinto, diretora executiva do Imazon. “Proteger a floresta sem o homem não vai trazer um futuro sustentável”.

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Mato Grosso concentra sete dos dez municípios que mais desmataram em março
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por Stefano Wrobleski

Respondendo por três quartos de todo o desmatamento registrado em março deste ano pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o Mato Grosso liderou a lista dos municípios que mais devastaram a floresta no mês passado: sete dos dez maiores em desmatamento estão no estado.

Em março, a Amazônia registrou 58 km² de alertas de desmatamento, um número quase três vezes maior do que os 20 km² apontados no mesmo mês de 2014. Os dados foram publicados na última sexta-feira (17) no boletim mensal do Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD) do Imazon.

Com alertas de desmatamento de 17,2 km², o município mato-grossense de Feliz Natal encabeça a lista dos que mais devastaram a floresta em toda a Amazônia Legal, que alcança nove estados brasileiros. O município chegou a constar na “Lista de Municípios Prioritários da Amazônia” entre 2009 e 2013. Da relação, mantida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), fazem parte os locais que registram as maiores taxas de desmatamento e seu respectivo aumento, que passam a receber acompanhamento do governo federal para redução dos índices.

Confira abaixo o desmatamento já detectado pelo Imazon em Feliz Natal (MT) ou clique aqui para acessar o mapa completo

Em 2013, quando saiu da lista, Feliz Natal tinha 18% de seus 11,4 mil km² já desflorestados, de acordo com dados do Prodes, programa oficial de monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Naquele ano, o município passou a ter seu desmatamento considerado “monitorado e sob controle” pelo MMA, tendo prioridade “na alocação de incentivos econômicos e fiscais, planos, programas e projetos da União visando ao desenvolvimento econômico e social em bases sustentáveis”, conforme determinado pelo órgão.

Em ordem decrescente, os demais municípios que constam da lista dos maiores desmatadores de março de 2015 são: Itaúba (MT), União do Sul (MT), Gaúcha do Norte (MT), Porto Velho (RO), Manicoré (AM), Juara (MT), Novo Ubiratã (MT), Novo Aripuanã (MT) e Apuí (AM).

Desmatamento em alta
Além do Mato Grosso, também contribuíram com a alta nos alertas de desmatamento de março de 2015 os estados de Amazonas, Tocantins e Pará. Somado, o desmatamento nos estados alcançou os 58 km² ante os 20 km² detectados em março de 2014. O aumento, de 290%, ocorreu com uma visibilidade um pouco maior dos satélites de monitoramento usados pelo Imazon: enquanto as nuvens impediram a verificação de 58% da Amazônia em março de 2014, a análise de desmatamento em março de 2015 não foi possível em 53% do território.

O valor mantém a tendência de aumento da destruição da floresta, que acumulou 1.761km² de agosto de 2014 até março de 2015. O número representa uma alta de 214% em relação ao período anterior (de agosto de 2013 a março de 2014), quando a área dos alertas de desmatamento do Imazon atingiram os 560km².

Nem sempre, no entanto, a divulgação mensal deste tipo de dado reflete os números finais de supressão de matas da Amazônia: além das nuvens, um impedimento para a precisão destas informações em relação ao Prodes está no fato de que os alertas de desmatamento, que se baseiam em sensores MODIS, só detectam supressões de floresta em áreas com mais de 0,25km². Já o Prodes, um levantamento anual do Inpe, consegue mapear desmatamentos em terrenos até quatro vezes menores.


Os três municípios com mais alertas de desmatamento em fevereiro
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O Imazon, organização não governamental que monitora o desmatamento da Amazônia através de seu Sistema de Alertas de Desmatamento (SAD), acaba de divulgar seu último boletim, referente ao mês de fevereiro de 2015.

De acordo com o levantamento da ONG, no período analisado, foram detectados pelo SAD 42 quilômetros quadrados (Km²) de alertas de desmatamento na Amazônia Legal, o que representa um aumento de 282% em relação a fevereiro de 2014. Os alertas de desmatamento acumulados entre agosto de 2014 e fevereiro de 2015, ou seja nos sete primeiros meses do calendário de mensuração das derrubadas, são iguais a 1702 km². Isto representa um crescimento de 215% do desmatamento sobre o mesmo período anterior (agosto 2013 a fevereiro 2014), quando o total atingiu 540 km². 476

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