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Como ser alertado sobre enchentes antes que elas aconteçam?

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O InfoAmazonia lança nesta quinta-feira, 6, uma nova plataforma para avisar qualquer interessado sobre riscos de cheias em rios brasileiros. Em estágio piloto, o Alerta de Enchentes envia mensagens via Facebook Messenger e Telegram sobre alterações importantes esperadas no Rio Madeira em Porto Velho (RO). As variações do rio também podem ser consultadas no site da plataforma, que inclui ainda informações do Rio Negro em Manaus (AM) e do Rio Acre em Rio Branco (AC). Pelo computador, é possível ainda verificar a série histórica dos três locais, que vai até 1902, no caso de Manaus. A iniciativa é pioneira na Amazônia brasileira.

Acesse a plataforma Alerta de Enchentes do InfoAmazonia

Para se cadastrar e receber os avisos de cheia, é só enviar uma mensagem para o Alerta de Enchentes. No Facebook Messenger, o interessado deve buscar o usuário @enchentes.infoamazonia. No Telegram, o nome de usuário é @AlertaEnchentesBot. O serviço é gratuito, não requer nenhuma instalação extra e é compatível com os aplicativos de celular dos dois mensageiros, que estão disponíveis nas lojas de aplicativos do Android, iOS e Windows.

Confira abaixo como receber informações e avisos do Alerta de Enchentes no Facebook Messenger para celular:

Em breve, os alertas devem ser ampliados e alcançar Rio Branco e outras cidades brasileiras. Os níveis dos rios são obtidos em tempo real a partir da plataforma Sistema de Monitoramento Hidrológico da Agência Nacional de Águas (ANA). Já os modelos de previsão empregados são da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), uma empresa pública que faz este serviço há anos, orientando os órgãos responsáveis pelos cuidados com a população em eventos extremos.

Cada vez mais frequente
Todos os anos, famílias de várias cidades amazônicas são forçadas a sair de suas casas e deixar tudo para trás por conta de cheias dos rios que cruzam suas cidades e passam perto de suas moradias. O problema tem se agravado por conta dos extremos climáticos, trazendo cheias e secas cada vez mais severas à bacia amazônica com intervalos cada vez menores.

Ao se analisar as séries históricas dos três rios monitorados pela plataforma, pode-se perceber que os níveis mínimos e máximos de todo o período foram todos alcançados nos últimos 12 anos. As medições são registradas desde 1968 nas estações de Porto Velho e Rio Branco e desde 1902 na estação de Manaus.

Em um país sem terremotos ou furacões, as inundações são a segunda principal causa de mortes por desastres naturais. Deslizamento de terras, que também podem ser ocasionados por inundações, é o desastre natural que mais vitima pessoas no Brasil. Em 2014, por exemplo, o Rio Madeira passou pela maior cheia de sua história, atingindo quase um terço da população de Porto Velho e outros três municípios de Rondônia. Três anos depois, muitos dos atingidos seguem abandonados.

O Alerta de Enchentes vai diminuir o tempo de acesso a esta informação pelos cidadãos, avisando os cadastrados sobre riscos de cheias com antecedência de, pelo menos, 12 horas.

Também para jornalistas e pesquisadores
A plataforma também dá acesso fácil aos níveis históricos dos rios, permitindo construir correlações variadas na própria plataforma. Os gráficos interativos de previsão e avisos de cheias também poderão ser incorporados a páginas na internet, como matérias jornalísticas, ou baixados como imagens para ilustrar artigos acadêmicos e de jornais impressos. Assim, jornalistas e pesquisadores podem dedicar mais tempo à análise dos dados e menos à obtenção de informações básicas. Além disto, todos os dados da plataforma são abertos e podem ser baixados e reutilizados livremente.

Navegue abaixo pelo gráfico da previsão do Rio Madeira em Porto Velho:

Outras iniciativas
Na Amazônia brasileira, o Alerta de Enchentes é uma iniciativa pioneira ao avisar usuários por mensagens sobre riscos de cheias. De fato, só há uma outra plataforma em todo o país atualmente em atividade que promete serviço semelhante. É o Alerta de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro, que monitora mais de 40 estações de medição do estado e envia alertas via SMS.