Blog do InfoAmazonia

Arquivo : fevereiro 2017

Uso do gás natural reduz poluição provocada pela cidade de Manaus
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Por Vandré Fonseca

A substituição de óleo combustível e diesel em termelétricas de Manaus significou uma redução 73% na poluição provocada pela queima de combustíveis fósseis pela cidade. A troca do combustível resultou também na diminuição em 55% na emissão de gases de efeito estufa (metano e dióxido de carbono). A conclusão é de um estudo em discussão na revista científica Atmospheric Chemistry and Physics dos pesquisadores da campanha científica Green Ocean Amazon, a GoAmazon.

Sem o gás natural, Manaus emitia 16 toneladas de monóxido de carbono (CO) e 129 toneladas de óxidos de nitrogênio (NOx) por dia. Em 2014, quando 65% da geração das termelétricas era movida a gás natural, estes números caíram para 12 toneladas e 52 toneladas por dia, respectivamente.

A usina termelétrica Mauá, em Manaus, é uma das fontes de energia da cidade. Foto: Divulgação

Ambos os gases são tóxicos. O CO se combina com a hemoglobina no sangue, reduzindo o transporte de oxigênio para as células. Em grandes concentrações pode ser fatal. Em baixas, causar dores de cabeça enjoos e outros sintomas. Já os óxidos de nitrogênio têm efeitos diversos. O dióxido de nitrogênio, por exemplo, pode provocar problemas respiratórios, irritações em olhos, garganta, nariz e outros órgãos.

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Dinheiro dá em árvore? Agricultura familiar e reflorestamento da Amazônia
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Tudo começa como semente. A restauração florestal depende da formação de bancos de sementes de árvores nativas para que possa ganhar escala. Foto: Márcio Isensee/InfoAmazonia

O InfoAmazonia lança hoje a reportagem “Dinheiro que dá em árvore”. Com 8 vídeos, mapa interativo e fotos, o especial explora qual o papel dos agricultores familiares na restauração das florestas da Amazônia. Como parte de seu compromisso internacional de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o Brasil estabeleceu a meta de recuperar 12 milhões de hectares de matas nativas até 2030.

Leia reportagem completa

As entrevistas com produtores rurais, feitas em viagem do documentarista Márcio Isensee à Alta Floresta, norte do Mato Grosso, explicam a opção pelo modelo da agrofloresta. A técnica consiste em fazer o reflorestamento de áreas desmatadas mesclando espécies nativas com outras de valor comercial ou essenciais para a segurança alimentar.

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Justiça ignora quilombolas e mantém certificação de extração de madeira
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Por Vandré Fonseca

O Ministério Público Federal (MPF) no Pará está travando na Justiça uma disputa contra duas madeireiras por propaganda enganosa. O órgão considera que a Ebata e a Golf não poderiam usar o selo FSC (Forest Stewardship Council), que certifica produtos socioambientalmente sustentáveis, por retirarem madeira de uma floresta no oeste do estado ocupada há décadas por comunidades quilombolas e ribeirinhos. O certificado foi concedido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), que se recusa a rever a decisão. As empresas não foram localizadas pela reportagem para comentar o processo.

A Procuradoria da República em Santarém (PA) já havia solicitado, em liminar, a suspensão do certificado ambiental. O pedido, porém, foi negado em primeira instância. Agora, a procuradora Fabiana Schneider entrou com um agravo de instrumento [.pdf, 1,4MB], no Tribunal Regional Federal contra a decisão. A ação principal tramita na 2ª Vara da Justiça Federal em Santarém, que ainda não julgou o mérito da ação. O recurso pede também a inclusão do Serviço Florestal Brasileiro na ação.

“O problema é que a gente está falando de um selo de qualidade que tem por obrigação – e ele é bem remunerado por isso – trazer uma informação correta e transparente para o consumidor”, afirma a procuradora. “Quem compra um produto certificado pelo FSC está pagando mais por um produto de origem socialmente correta”, completa. De acordo com ela, a certificação foi dada em uma área tradicionalmente ocupada por populações tradicionais, o que gerou conflitos que não têm sido tratados com a devida seriedade pelo Imaflora.

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Como diminuir o terrível impacto dos fertilizantes sobre rios da Amazônia?
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Por Vandré Fonseca

Tanto o solo quanto a mata ciliar são capazes de filtrar o excesso de fertilizantes usados na agricultura e impedir que eles cheguem aos rios, causando graves consequências ambientais. É o que aponta um estudo em desenvolvimento pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), em colaboração com instituições internacionais. Os estudos dos impactos da aplicação de nitrogênio e fósforo nas lavouras na Amazônia são realizados há dois anos e meio na fazenda Tanguro, em Querência (MT), onde o grupo Amaggi produz milho e soja.

Embora ainda não tenha sido concluída, a pesquisa levanta preocupações quanto ao uso de fertilizantes na agricultura – em especial na Amazônia. O despejo em excesso destes adubos sintéticos na água (em especial, fósforo e nitrogênio) pode causar um aumento incomum de algas, que é a chamada eutrofização. O excesso destas plantas na água bloqueia a passagem da luz, o que impede a fotossíntese de organismos que vivem mais ao fundo. Isto pode ser fatal: sem a fotossíntese, não existe oxigênio. E sem oxigênio, a vida é afetada. A morte desses organismos pode ter impacto também na cadeia alimentar, atingindo peixes e outros animais.

Pesquisadores retiram amostra de córrego no Mato Grosso para análise de níveis de fertilizantes. Foto: Karinna Matozinhos/Ipam

Pesquisadores retiram amostra de córrego no Mato Grosso para análise de níveis de fertilizantes. Foto: Karinna Matozinhos/IPAM

“Os córregos no Mato Grosso normalmente possuem uma concentração muito baixa [de fósforo e nitrogênio]. Quando colocamos mais [destes adubos], as algas podem crescer muito e causar a eutrofização”, afirma a ecóloga americana KathiJo Jankowski, do Laboratório de Biologia Marinha da Universidade de Chicago e que faz parte da equipe de pesquisa. Os estudos têm demonstrado que o solo está retendo esses nutrientes, mas não se sabe qual a capacidade de ele suportar um aumento na concentração destas substâncias.

Existem ainda outros riscos: KathiJo lembra que, devido ao desmatamento, o volume de água dos rios na região estudada chega a aumentar quatro vezes no período das chuvas. Sem vegetação que absorva a água do céu, aumenta também a possibilidade de as correntes de água carregarem os fertilizantes para outras áreas.

A saúde das matas ciliares também preocupa. Elas podem sofrer alterações devido ao aumento da disponibilidade de nutrientes. “Tem a possibilidade de mudar a comunidade de espécies de plantas que moram nas matas ciliares”, afirma KathiJo.

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