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Como ser alertado sobre enchentes antes que elas aconteçam?
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O InfoAmazonia lança nesta quinta-feira, 6, uma nova plataforma para avisar qualquer interessado sobre riscos de cheias em rios brasileiros. Em estágio piloto, o Alerta de Enchentes envia mensagens via Facebook Messenger e Telegram sobre alterações importantes esperadas no Rio Madeira em Porto Velho (RO). As variações do rio também podem ser consultadas no site da plataforma, que inclui ainda informações do Rio Negro em Manaus (AM) e do Rio Acre em Rio Branco (AC). Pelo computador, é possível ainda verificar a série histórica dos três locais, que vai até 1902, no caso de Manaus. A iniciativa é pioneira na Amazônia brasileira.

Acesse a plataforma Alerta de Enchentes do InfoAmazonia

Para se cadastrar e receber os avisos de cheia, é só enviar uma mensagem para o Alerta de Enchentes. No Facebook Messenger, o interessado deve buscar o usuário @enchentes.infoamazonia. No Telegram, o nome de usuário é @AlertaEnchentesBot. O serviço é gratuito, não requer nenhuma instalação extra e é compatível com os aplicativos de celular dos dois mensageiros, que estão disponíveis nas lojas de aplicativos do Android, iOS e Windows.

Confira abaixo como receber informações e avisos do Alerta de Enchentes no Facebook Messenger para celular:

Em breve, os alertas devem ser ampliados e alcançar Rio Branco e outras cidades brasileiras. Os níveis dos rios são obtidos em tempo real a partir da plataforma Sistema de Monitoramento Hidrológico da Agência Nacional de Águas (ANA). Já os modelos de previsão empregados são da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), uma empresa pública que faz este serviço há anos, orientando os órgãos responsáveis pelos cuidados com a população em eventos extremos.

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Manaus deve ter uma das maiores cheias da história em 2017
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Alerta da CPRM deve ser divulgado nesta sexta-feira e, ao que tudo indica, nível do Rio Negro deve passar dos 29 metros

Por Vandré Fonseca

O alerta de cheias para o Rio Negro, em Manaus, deve confirmar que 2017 terá uma das dez maiores cheias já registradas em Manaus, com a cota acima dos 29 metros. Em média, desde que começou a ser medido, em 1902, o nível do Rio Negro no município atinge 27,87 metros no pico da cheia, que ocorre normalmente no mês de junho. A previsão será divulgada nesta sexta-feira (31) pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM).

Confira o nível atual do Rio Negro em Manaus:

Nesta quinta-feira, o Negro chegou a 27,19 metros e ele deve continuar a subir até meados de junho, quando então começa a vazante e as águas recuam. Os sinais de uma grande cheia são dados pelo comportamento dos rios Solimões e Juruá, no oeste de Amazonas. Por lá, as águas já estão bem acima da média, impulsionadas por chuvas que ocorreram nas cabeceiras na Cordilheira dos Andes.

Quatro municípios da calha do Rio Juruá, no oeste do estado, estão em situação de emergência reconhecida pela Defesa Civil. Em Guajará, Ipixuna, Eirunepé e Itamarati, já são 5.970 famílias afetadas. Outros dez municípios banhados pelo Juruá e Solimões estão em alerta. A Defesa Civil está atenta também ao comportamento do Rio Amazonas entre Manaus e a divisa com o Pará.

“A grande onda de cheia já foi criada pelas chuvas de fevereiro”, afirma o superintendente da CPRM, Marco Antônio de Oliveira. “Agora, o Solimões já está com nível alto e o Negro também. Tudo isso contribuiu para uma grande cheia aqui em Manaus”, completa.

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Como diminuir o terrível impacto dos fertilizantes sobre rios da Amazônia?
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Por Vandré Fonseca

Tanto o solo quanto a mata ciliar são capazes de filtrar o excesso de fertilizantes usados na agricultura e impedir que eles cheguem aos rios, causando graves consequências ambientais. É o que aponta um estudo em desenvolvimento pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), em colaboração com instituições internacionais. Os estudos dos impactos da aplicação de nitrogênio e fósforo nas lavouras na Amazônia são realizados há dois anos e meio na fazenda Tanguro, em Querência (MT), onde o grupo Amaggi produz milho e soja.

Embora ainda não tenha sido concluída, a pesquisa levanta preocupações quanto ao uso de fertilizantes na agricultura – em especial na Amazônia. O despejo em excesso destes adubos sintéticos na água (em especial, fósforo e nitrogênio) pode causar um aumento incomum de algas, que é a chamada eutrofização. O excesso destas plantas na água bloqueia a passagem da luz, o que impede a fotossíntese de organismos que vivem mais ao fundo. Isto pode ser fatal: sem a fotossíntese, não existe oxigênio. E sem oxigênio, a vida é afetada. A morte desses organismos pode ter impacto também na cadeia alimentar, atingindo peixes e outros animais.

Pesquisadores retiram amostra de córrego no Mato Grosso para análise de níveis de fertilizantes. Foto: Karinna Matozinhos/Ipam

Pesquisadores retiram amostra de córrego no Mato Grosso para análise de níveis de fertilizantes. Foto: Karinna Matozinhos/IPAM

“Os córregos no Mato Grosso normalmente possuem uma concentração muito baixa [de fósforo e nitrogênio]. Quando colocamos mais [destes adubos], as algas podem crescer muito e causar a eutrofização”, afirma a ecóloga americana KathiJo Jankowski, do Laboratório de Biologia Marinha da Universidade de Chicago e que faz parte da equipe de pesquisa. Os estudos têm demonstrado que o solo está retendo esses nutrientes, mas não se sabe qual a capacidade de ele suportar um aumento na concentração destas substâncias.

Existem ainda outros riscos: KathiJo lembra que, devido ao desmatamento, o volume de água dos rios na região estudada chega a aumentar quatro vezes no período das chuvas. Sem vegetação que absorva a água do céu, aumenta também a possibilidade de as correntes de água carregarem os fertilizantes para outras áreas.

A saúde das matas ciliares também preocupa. Elas podem sofrer alterações devido ao aumento da disponibilidade de nutrientes. “Tem a possibilidade de mudar a comunidade de espécies de plantas que moram nas matas ciliares”, afirma KathiJo.

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Ameaças e impactos ambientais persistem com garimpo no Rio Madeira
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Atividade era realizada principalmente na época de seca, mas a chegada de dragas que permitem a sucção do leito mesmo com o rio cheio abriu a possibilidade da exploração ocorrer durante o ano todo, com impactos socioambientais

Por Vandré Fonseca

O garimpo continua a causar danos no Rio Madeira, no Amazonas, enquanto autoridades ainda definem o que fazer. Em um sobrevoo realizado novembro, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente confirmou presença de um grande número de balsas de extração de ouro na área, mas aguarda a definição de órgãos federais para agir, pois se trata de um rio de jurisdição federal. Além dos resíduos da atividade, como óleo e mercúrio, o garimpo causa danos às praias de desova de quelônios.

Desova de quelônios, como as tartarugas, ocorre em diversos pontos da bacia do Rio Madeira. Nesta imagem, elas estão no Rio Guaporé. Foto: Rosinaldo Machado/Secom-RO

Desova de quelônios, como as tartarugas, ocorre em diversos pontos da bacia do Rio Madeira. Nesta imagem, elas estão no Rio Guaporé. Foto: Rosinaldo Machado/Secom-RO

A atividade já é antiga e conhecida na região de Novo Aripuanã, onde balsas estacionadas sobre a água retiram o cascalho do leito do rio, em busca do metal. Mas o estrago neste ano tem sido muito maior. A fofoca, notícia que corre entre garimpeiros sobre a descoberta de outro, atraiu também dragas, com uma capacidade maior de processamento de cascalho e estragos ao meio ambiente. E pior: o ouro está no limite da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Rio Madeira.

Este ano vamos ter menos filhotes nascendo nas praias

“Encontraram um local com grande concentração de ouro na unidade de conservação e, nessa seca, vieram garimpeiros de vários locais, que entraram nos limites da reserva”, conta Miquéias Santos, gestor da reserva. As dragas estavam trabalhando nas praias usadas por tartarugas-da-amazônia e tracajás para a postura, o que, segundo Miquéias Santos afastou muitas fêmeas que aguardavam o momento de subir à praia para deixar os ovos enterrados. “Este ano vamos ter menos filhotes nascendo nas praias”, lamenta. Depois que o gestor recebeu a notícia, em outubro, foi montada uma operação com apoio de policiais de Novo Aripuanã.

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Como construímos um projeto open source para monitorar a qualidade d´água
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Um relato sobre os percursos e o aprendizado adquirido durante a execução do Rede InfoAmazonia, uma rede de sensores que busca monitorar qualidade da água de comunidades na Amazônia

Por VJ pixel, coordenador do Projeto Rede InfoAmazonia

O InfoAmazonia encerra neste mês de dezembro a primeira fase de seu projeto de construir sensores open source. A iniciativa, premiada no Google Impact Challenge Brazil 2014, previa a formação de uma rede independente de monitoramento da qualidade d’água para comunidades urbanas e ribeirinhas da Amazônia.

Equipamento instalado no Projeto Saúde e Alergia, em Santarém - Pará.

Equipamento instalado no Projeto Saúde e Alegria, em Santarém – Pará.

No início de 2014, ao pesquisar iniciativas que realizam monitoramento ambiental comunitário, identificamos diversas iniciativas para coletar dados e analisar a qualidade do ar, como o Smart Citizen Kit, DustDuino, e Air Quality Egg. A única que encontramos focada em monitoramento da qualidade da água foi o Riffle, o que nos estimulou a planejar uma iniciativa com objetivo semelhante, e se tornou inspiração o ponto de partida para o projeto Rede InfoAmazonia.

No primeiro semestre daquele ano realizamos pesquisas preliminares e nos reunimos com especialistas em qualidade da água no Brasil e EUA, para entender o que precisaríamos desenvolver para monitorar a qualidade de vida das populações ribeirinhas da Amazônia. Nos inscrevemos e fomos premiados no Google Impact Challenge Brazil, que viabilizou financeiramente o projeto.

Em julho iniciamos oficialmente sua execução. É importante destacar que o envolvimento do Google foi além do investimento financeiro para o desenvolvimento do equipamento e criação da rede. Durante a execução do Rede InfoAmazonia, contamos com o apoio estratégico de funcionários da empresa e de duas consultorias contratadas por ela, a SITAWI Finanças do Bem e a Cria Global.

Já no primeiro semestre do projeto, em 5 de setembro de 2014, organizamos uma hackatona sobre monitoramento de qualidade da água, onde abordamos questões como dados públicos e desenvolvimento de hardware open source. Nosso objetivo foi fazer um mapeamento de indivíduos interessados no assunto, bem como aprender com eles. Do evento, saiu o Visaguas, aplicativo que apresenta dados sobre qualidade da água na Amazônia, uma visualização dos dados que analisamos e nos ajudaram a concluir que a região de Santarém seria a melhor para implantação do projeto.

No final desse ano realizamos nossa primeira visita a Santarém, com reuniões com o Projeto Saúde e Alegria (PSA), bem como com as secretarias de Meio Ambiente de Santarém e Belterra. Em março de 2015, a equipe realizou a segunda missão na região, com o objetivo de dar subsídio à população para entender o contexto do Rede InfoAmazonia. Com a mobilização do PSA e das Secretarias de Meio Ambiente, realizamos oficinas sobre “monitoramento de qualidade da água e jornalismo cidadão” para lideranças de sete comunidades ribeirinhas de Santarém, seis na bacia do Amazonas (Pixuna do Tapará, Nova Vista do Ituqui, São Josẽ do Ituqui, Pixuna do Tapará, Igarapé da Praia e Castela) e uma do Tapajós (Alter do Chão). Nesta viagem, iniciamos uma parceria com o Laboratório de Mídias Eletrônicas da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

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Rede de sensores vai monitorar qualidade d’água das comunidades na Amazônia
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VJ pixel

O primeiro protótipo do sensor de qualidade de água do projeto Rede InfoAmazônia. Foto: Gustavo Faleiros

O primeiro protótipo do sensor de qualidade de água do projeto Rede InfoAmazônia. Foto: Gustavo Faleiros

A plataforma InfoAmazonia foi lançada em 2012 para agregar notícias e dados georeferenciados, utilizando mapas para contextualizar as informações sobre os principais temas dos 9 países da região Amazônica. Ao exibir essas notícias sobre um mapa, a intenção é criar diálogo entre informações científicas e jornalísticas para propiciar ao público elementos a uma reflexão critica sobre os rumos do desenvolvimento no bioma. O trabalho do InfoAmazonia serviu de inspiração a outros projetos ao redor do mundo. Através do Laboratório de Geojornalismo ajudamos a lançar plataformas de monitoramento ambiental na África, Ásia e America Latina. 329


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