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Em estado de alerta, municípios do Amazonas são avaliados por Defesa Civil

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Equipes das Defesas Civil do Estado e Nacional fizeram visitas técnicas a Envira e Lábrea, que integram os leitos dos rios Juruá e do Purus

Por Síntia Maciel

Equipes da Defesa Civil percorreram, no final de setembro, os municípios amazonenses de Envira e Lábrea que são cortados pelos rios Juruá e Purus, respectivamente. As visitas devem gerar um relatório que será publicado nas próximas semanas para avaliar os danos ocasionados pela estiagem que afeta tais regiões. Juntos, os treze municípios que integram as calhas dos dois rios concentram uma população de mais de 63 mil pessoas, de acordo com os números estimados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A Defesa Civil não estimou uma data exata para publicação deste relatório.

Tanto Lábrea quanto Envira se encontram em estado de alerta desde o mês de julho por apresentarem problemas de navegabilidade, em virtude da seca dos rios.

Conforme informações do secretário executivo da Defesa Civil do Amazonas, coronel Fernando Pires Júnior, o objetivo da visita técnica foi analisar juntamente com o órgão nacional, a evolução do desastre em municípios prejudicados pelo baixo nível dos rios e constatar as dificuldades enfrentadas pela população durante o período de anormalidade.

De acordo com o Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil do Estado, as regiões do Juruá e Purus apresentam anormalidade devido à estiagem, provocada pela ausência de precipitações. A falta de chuvas é uma característica dessa época do ano, mas em 2016 foi potencializada por uma massa de ar seco, que estava no centro do país e atingiu a região sul do Amazonas.

O relatório deve conter imagens e documentos com informações sobre afetados, danos humanos, ambientais, prejuízos econômicos. Além disso, serão avaliadas as necessidades de cada município, no caso de ações de socorro.

Atenção e Alerta
No dia 11 de agosto a Defesa Civil do Amazonas emitiu estado de alerta para os municípios de Humaitá, Manicoré, Apuí e Novo Aripuanã, que se juntaram aos municípios de Boca do Acre, Lábrea, Canutama, Tapauá, Guajará, Ipixuna, Envira, Eirunepé, Itamarati e Carauari, que desde 8 de julho, também estão na mesma situação. Já em estado de atenção se encontravam os municípios de Beruri e Juruá.

Com a divulgação do relatório é possível que as cidades que se encontram em estado de atenção passem para alerta, e aqueles que se encontram em estado de alerta tenham evoluído para situação de emergência, dentro da escala de avaliação dos níveis de desastres naturais.

Considerado o rio mais sinuoso da bacia amazônica, o Juruá nasce nos Andes peruano e desemboca no rio Solimões. É um dos principais afluentes da margem direita do rio Amazonas, percorrendo uma extensão total de aproximadamente 3 mil quilômetros, dos quais 1,5 mil são navegáveis.

Assim como o Juruá, o Rio Purus também nasce na região andina do Peru, cruzando o país, para atravessar os estados do Acre e Amazonas, onde desemboca no Rio Amazonas.

O Rio Purus chegou a alcançar níveis abaixo dos 4,4 metros em setembro em Boca do Acre, onde ocorre a sua leitura hidrográfica. O valor preocupa porque não ficou distante da mínima histórica, que em 1998 alcançou os 3,49 metros. Apesar de ter se recuperado um pouco e ter atingido os 5,4 metros nesta terça-feira (4), o nível ainda está longe do ideal.

Já o Rio Juruá está com 2,93 metros de água em Cruzeiro do Sul, no Acre. O valor indica uma recuperação lenta desde 19 de setembro, quando o rio chegou aos 2,25 metros – o menor dos últimos 12 meses.