Em 2008 Brack desenhou as bases e as regras para a criação do Ministério do Meio Ambiente, e logo foi nomeado como ministro. No ministério ele se destacou por seus esforços na luta contra a mineração ilegal na Amazônia peruana.

Depois de estar internado em uma clínica de Lima, no Peru, morreu no dia 30 de dezembro, aos 74 anos, Antonio Brack Egg, o primeiro ministro do Meio Ambiente peruano e um destacado pesquisador que deixará um vazio no mundo ambiental, político e acadêmico do Peru.

Brack nasceu em Oxapampa, Pasco, em 3 de junho de 1940. Quando criança, viveu cercado pela natureza e seu amor pela a Amazônia cresceu ainda mais quando ele foi apresentado aos livros do explorador e naturalista Antonio Raimondi.

Em 1963, se formou como professor de Ensino Secundário em Biologia e Química na Escola Superior Salesiana de Chosica, e desde então começou sua carreira como pesquisador e autor de vários livros relacionados com a biodiversidade.

Brack também realizou um doutorado em Ciências Naturais na Universidade de Würzburg, na Alemanha, concluído em 1973. Após seu retorno ao Peru, trabalhou no Ministério da Agricultura, justamente para participar do programa de repovoamento da vicunha.

Em 2006, ele foi nomeado presidente do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAM), então o principal órgão ambiental do país. Antonio publicou centenas de vezes em livros e artigos, sempre focado em mostrar as maravilhas do Peru e as enormes oportunidades para usar corretamente o património natural.

Apesar de já ser conhecido no meio acadêmico e ambiental, a carreira de Brack tornou-se mais visível graças ao programa de televisão ''La buena tierra'' em um canal peruano, onde compartilhou seus conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável e a biodiversidade peruana.

Em 2008 ele foi contratado para projetar as regras e regulamentos para que o Peru tivesse um Ministério do Meio Ambiente. Logo, o então presidente Alan García nomeou-o como o primeiro ministro do Meio Ambiente do Peru, onde ele ficou conhecido pelo seu empenho na implementação deste novo setor e pela sua luta contra a mineração ilegal na Amazônia peruana.

Antonio Brack também foi professor em várias universidades locais. Como autor de destacadas publicações, recebeu vários prêmios, incluindo o Prêmio Nacional do Meio Ambiente, Barbara D'Achille em 1996 e o Prêmio à Conservação Carlos Ponce del Prado, em 2014.

Certamente ele deixou um legado importante para o Peru, não só através de seu conhecimento, mas também através de seu exemplo como pessoa, investigador e como um amante da biodiversidade.

Pedro Solano, Diretor Executivo da Sociedade Peruana de Direito Ambiental (SPDA), disse que a partida de Brack foi uma grande perda para o Peru e para a humanidade, e o lembrou como educador e lutador incansável, sempre disposto a dar conselhos e promover um Peru mais justo e sustentável.

– Esta matéria foi originalmente publicada em Actualidad Ambiental e é republicada através de um acordo para compartilhar conteúdo.